segunda-feira, 18 de junho de 2012

PROCESSO INFLAMATÓRIO AGUDO E CRÔNICO

 



 
 A inflamação pode ser aguda ou crônica.
       A inflamação, também chamada de processo inflamatório, é uma resposta natural do organismo contra uma infecção ou lesão do tecido com o objetivo de destruir os agentes agressores. Ela faz parte do sistema imunológico. A inflamação termina quando o agente agressivo é eliminado e os mediadores secretados são destruídos ou dispersos. Quando o agente agressor não é destruído prontamente ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado (abscessos por exemplo), ocorre a inflamação crônica.

Sintomas da inflamação
O tecido inflamado apresenta os sintomas típicos da inflamação que são:
  • calor;
  • rubor (cor avermelhada);
  • tumor (ferida);
  • dor.
Estes sinais flogísticos também são chamados de tétrade de Célsius. Se não resolvida à tempo pode haver perda da função do órgão ou tecido inflamado.
Embora desejado esse processo pode também representar uma agressão aos tecidos e o seu controle é desejável em muitas situações, como nas inflamações da garganta ou do ouvido, pneumonias, artrites e meningites, por exemplo.
 
Mediadores da inflamação
Os mediadores da inflamação são:
  • Aminas vasoativas: Histamina, serotonina.
  • Neuropeptídeos: Substância P.
  • Proteases plasmáticas: cascata de cininas, coagulação e fribrinogênese.
  • Metabólitos do ácido araquidonico;
  • Fatores de ativação das plaquetas;
  • Citoquinas;
  • Monóxido de azoto;
  • Radicais livres;
  • Constituintes lisossomicos.

 Inflamação aguda 
      Se inicia rapidamente e tem uma duração relativamente curta, de alguns minutos a várias horas ou alguns dias; suas principais características são a exsudação de fluido e de proteínas plasmáticas (edema) e a migração de leucócitos, predominantemente neutrófilos.


Resultados da Inflamação Aguda:
    Devemos sempre levar em conta a natureza e intensidade da lesão, o local e tecido acometido bem como a responsividade do hospedeiro. 
1. Resolução completa: resolução - o resultado habitual quando a lesão é limitada ou breve; ou quando há pouca destruição tecidual.
2. Formação do abscesso: ocorre, sobretudo quando há microorganismo piogênico.
3. Substituição por tecido conjuntivo: fibrose - ocorre após a destruição tecidual significativa; quando a destruição envolve células que não se regeneram ou quando há exsudação de fibrina abundante.
4. Progressão da resposta para a inflamação crônica: a transformação ocorre quando o processo agudo não consegue resolver a lesão em decorrência da persistência do agente nocivo.


 Inflamação crônica:
      Tem uma duração maior e está histologicamente associada à presença de linfócitos e macrófagos, à proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tissular5.

A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações:
  1. Infecção persistente por certas bactérias como, por exemplo, o bacilo da tuberculose
  2. Exposição prolongada a determinadas substâncias irritantes tais como a sílica
  3. Reações autoimunes como, por exemplo, no lúpus eritematoso sistêmico.
Características morfológicas
  1. Infiltrado inflamatório por células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos)
  2. Destruição tecidual que é produzida pela persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias
  3. Tentativa de reparo que produz tecido conjuntivo.
Os macrófagos são as principais células da inflamação crônica e acumulam-se no foco inflamatório por três mecanismos: Quimiotaxia, Proliferação de macrófagos no foco inflamatório e Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório.
 Outras células importantes na inflamação crônica são: Linfócitos, Eosinófilos, Mastócitos, Leucócitos polimorfonucleares.

Efeitos sistêmicos da inflamação:
  • Febre - é produzida como resposta a substâncias (pirógenos) que provocam a liberação de mediadores que agem no hipotálamo, desencadeando a liberação de neurotransmissores que reprogramam o nosso termostato corporal para uma temperatura mais alta. É um mecanismo de defesa.
  • Proteinas da fase aguda - proteina C reativa, fibrinogênio, proteina amilóide A sérica são produzidas pelo fígado e aumentam nas infecções, podendo ser dosadas ou indiretamente estimadas para diagnóstico. Em infecções crônicas, a produção continuada de proteína amilóide A sérica pode levar à amiloidose secundária.
  • Leucocitose - ocorre por causa do aumento da liberação de leucócitos pela medula óssea (estimulada por citocinas), inclusive leucócitos ainda imaturos.
  • Sepsis - em infecções bacterianas graves, a grande quantidade de bactérias ou de lipopolissacarideos bacterianos presentes na circulação provocam a produção de grande quantidade de citocinas que por sua vez desencadeiam coagulação intravascular disseminada, consumo de fatores da coagulação e hemorragias.
  • Outras manifestações - taquicardia, tremores, calafrios, anorexia, sonolência, palidez.








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