domingo, 17 de junho de 2012

Distúrbios Hemodinâmicos


 Edema

O termo edema significa líquido elevado nos espaços teciduais intersticiais. Além disso, dependendo dolocal, as coleções líquidas em diferentes cavidades corporais são variadamente denominadas hidro-tórax, hidro-pericárdio e hidro-peritônio ( o último é chamado com mais frequência de ascite). Aanasarca é um edema grave e generalizado com tumefação tecidual sub-cutânea profunda.
 

 Hiperemia  e  congestão

 Os termos hiperemia e congestão, ambos indicam um local de volume sanguíneo aumentado num tecido particular. A hiperemia é um processo ativo resultante do fluxo interno tecidual aumentado devido á dilatação arteriolar, como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais deinflamação. O tecido afetado é avermelhado pelo congestionamento dos vasos com sangue oxigenado. A congestão é um processo passivo resultante do efluxo externo deficiente de um tecido. Ela podeo correr sistematicamente, como na insuficiência cardíaca, ou pode ser local, resultante de obstruçãovenosa localizada. O tecido tem uma coloração vermelho-azulada (cianose), particularmente quando a piora da congestão leva ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada nos tecidos afetados.

 Hemorragia

A hemorragia indica, em geral, extravasamento de sangue devido á ruptura do vaso. O sangramento capilar pode ocorre sob condições de congestão crônica e uma tendência aumentada á hemorrágica de lesão geralmente insignificante é vista numa grande variedadede disfunções coletivamente clínicas denominadas diáteses hemorrágicas. Todavia, aruptura de uma grande artéria ou veia é quase sempre devido á lesão vascular, incluindo trauma,aterosclerose, ou erosão inflamatória ou neoplásica da parede do vaso. A hemorragia pode ser manifestada em uma variedade de padrões, dependendo do tamanho, da extensão e da localização do sangramento.

A hemorragia pode ser externa ou estar confinada dentro de um tecido; o acúmulo de sangue dentro do tecido é o chamado hematoma.

As diminutas hemorragias de 1mm a 2mm na pele, membranas mucosas, ou superfíciesséricas denominadas petéquias


As hemorragias levemente maiores (maiores que 3mm) são denominadas púrpuras.

  Hemorragias sub-cutâneas maiores (maiores que 1 a 2cm) (i.e., contusões) são denominadas equimoses e são caracteristicamente vistas após trauma.

Os grandes acúmulos de sangue em uma ou outra cavidade corporal são denominados hemo-tórax, hemo-pericárdio, hemo-peritônio, ou hemartrose (nas articulações).

O significado clínico da hemorragia depende do volume e da taxa de sangramento. A rápida perda de 20% do volume sanguíneo ou perda lentas de até grandes quantidades pode ter pouco impacto em adultos sadios;  perdas maiores, entretanto, podem resultar em choque hemorrágico (hipo-volêmico). O local da hemorragia também é importante; o sangramento que seria trivial nos tecidos sub-cutâneos pode causar morte se localizado no cérebro, pois o crânio é inflexível e o sangramento lá pode resultar num aumento da pressão intra-craniana e herniação.

 Hemostasia e trombose

A hemostasia normal é o resultado de uma série de processos bem regulados que efetuam duas funções importantes: (1) elas mantêm o sangue num estado líquido livre de coágulos nos vasos normais; e (2) elas são balanceadas para induzir um tampão hemostático rápido e localizado no localda lesão vascular. O oposto patológico á hemostasia é a trombose, que pode ser considerada uma ativação inapropriada dos processos hemostáticos normais, tal como a formação de um coágulo sanguíneo (trombo) na vasculatura não-lesionada ou oclusão trombótica de um vaso após lesão relativamente pequena. Tanto a hemostasia como a trombose são reguladas por três componentes gerais – a parede vascular, as plaquetas e a cascata da coagulação. 
 
Embolia
 
Um  êmbolo é uma massa intra-vascular solta,  sólida,  líquida,  ou gasosa que é carregada pelo sangue a um local distante do seu ponto de origem. Formas raras de êmbolos incluem gotas de gordura, bolhas de ar ou nitrogênio, detritosateroscleróticos (êmbolos de colesterol), fragmentos tumorais, pedaços de medula óssea, ou mesmo corpos estranhos, como projéteis. Todavia, a menos que especificado de outra forma, uma embolia deve ser considerada de origem trombótica. Inevitavelmente, os êmbolos alojam-se no vasos pequenos demais para permitir a passagem em seguida, resultando numa oclusão vascular parcial ou completa. A consequência potencial de tais eventos trombo-embólicos é a necrose isquêmica do tecido distal, conhecida como infarto. Dependendo do local de origem, os êmbolos podem alojar-se em qualquer lugar na árvore vascular; os resultados clínicos são mais bem compreendidos da perspectiva dos êmbolos poderem alojar-se nas circulações pulmonar ou sistêmica.
 
Infarto

 Um infarto é uma área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa num tecido particular. O infarto envolvendo órgãos diferentes é uma causa comum e extremamente importante de enfermidades clínicas. 

Quase 99% de todos os infartos resultam de eventos trombóticos ou embólicos e quase todos resultam da oclusão arterial. Ocasionalmente, o infarto pode também ser causado por outros mecanismos, como vaso-espasmo local, expansão de um ateroma devido á hemorragia dentro de uma placa, ou compressão extrínseca de um vaso (e.g., por um tumor). Outras causas incomuns incluem atorção dos vasos (e.g., na torção testicular ou vólvulos intestinais), compressão da oferta sanguínea por edema ou pelo aprisionamento num saco herniário, ou ruptura traumática da oferta sanguínea. Ainda que a trombose venosa possa causar infarto, ela somente induz com mais frequência a obstrução e congestão venosas.

Choque

O choque, ou colapso cardiovascular, é a via final comum a um número de eventos clínicos potencialmente letais, incluindo hemorragia grave, trauma extensivo ou queimaduras, grande infarto miocárdico, embolia pulmonar maciça e sepse microbiana. Sem levar em consideração a patologia de base, o choque origem á hipo-perfusão sistêmica causada pela redução no débito cardíaco ou no volume sanguíneo circulante efetivo. Os resultados finais são hipo-tensão, seguida por perfusão tecidual deficiente e hipóxia celular. Ainda que os efeitos hipóxicos e metabólicos de hipo-perfusão causem, inicialmente, apenas lesão celular reversível, a persistência do choque causa, de forma eventual, lesão tecidual irreversível e pode culminar na morte do paciente.

 O choque pode ser agrupado em três categorias gerais:

O choque cardiogênico resulta da falência da bomba miocárdica. Isso pode ser causado por dano miocárdico intrínseco (infarto), arritmias ventriculares, compreso extrínseca(tamponamento cardíaco), ou obstrão ao fluxo externo (e.g., embolia pulmonar).
 
O choque hipo-volêmico resulta da perda sanguínea ou volume plasmático. Isso pode ser causado por hemorragia, perda líquida por queimaduras graves, ou trauma.
 
O choque séptico é causado por infecção microbiana sistêmica. Mais comumente, isso ocorreno cenário das infecções gram-negativas (choque endotóxico), porém também pode ocorrer com infecções gram-positivas e fúngicas

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